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Reações de substituição eletrofílica do benzeno
O benzeno, um hidrocarboneto aromático com a fórmula C 6 H 6
, desempenha um papel importante na química orgânica. Conhecido por sua estabilidade excepcional resultante de seu sistema de anel conjugado, o benzeno sofre reações menos prontamente do que alcenos e alcinos. Em vez de reações de adição, o benzeno geralmente passa por reações de substituição eletrofílica. Essas reações são importantes na fabricação de uma ampla gama de compostos aromáticos usados em indústrias, incluindo farmacêuticos, corantes e plásticos.
Compreendendo os eletrófilos
Eletrófilos são espécies químicas que procuram aceitar elétrons. Eles são moléculas carregadas positivamente ou neutras com orbitais vazios, propensas a atrair elétrons de compostos ricos em elétrons. O benzeno, rico em densidade eletrônica devido aos seus π-elétrons deslocalizados, torna-se um sítio atraente para eletrófilos.
Eletrófilos comuns incluem:
NO 2 +
(íon nitronio)SO 3
(trióxido de enxofre)- Carbocátions acílicos e alquil
Cl +
(íon clorônio)
Mecanismo de substituição eletrofílica no benzeno
O processo de substituição eletrofílica no benzeno envolve três etapas elementares: formação do eletrófilo, ataque do eletrófilo ao benzeno e perda de um próton para restaurar a aromaticidade.
Etapa 1: Criação do eletrófilo
A etapa inicial envolve a preparação do eletrófilo. Por exemplo, na nitração, uma mistura de ácido nítrico concentrado e ácido sulfúrico produz o eletrófilo ativo, o íon nitronio (NO 2 + )
.
HNO 3 + 2 H 2 SO 4 → NO 2 + + H 3 O + + 2 HSO 4 -
Etapa 2: Ataque ao benzeno
O eletrófilo gerado ataca o anel de benzeno rico em elétrons, formando um intermediário carbocátion conhecido como complexo sigma ou íon arenium. Este intermediário envolve a perda de aromaticidade do benzeno, tornando esta etapa energeticamente desfavorável.
Etapa 3: Perda de um próton
Na etapa final, o intermediário carbocátion libera um próton, restaurando assim a aromaticidade dentro do anel de benzeno. Esta etapa envolve uma base (geralmente obtida do solvente ou meio de reação) removendo um átomo de hidrogênio.
Após a liberação do próton, o benzeno recupera a estabilidade:
Complexo + B: → C 6 H 5 e + Hb
Exemplos de reações de substituição eletrofílica
Halogenação
A halogenação envolve a substituição de um átomo de hidrogênio no benzeno por um átomo de halogênio, como cloro ou bromo. Esta reação requer a presença de um catalisador ácido de Lewis, como cloreto de ferro (III) (FeCl3) ou brometo de ferro (III) (FeBr3). O papel do catalisador é polarizar a molécula de halogênio, criando um eletrófilo ativo.
C 6 H 6 + Cl 2 → C 6 H 5 Cl + HCl (com FeCl 3 como catalisador)
Nitração
A nitração envolve a adição de um grupo nitro (-NO 2) ao anel de benzeno. Este processo é geralmente realizado usando uma mistura nitrante de ácidos sulfúrico e nítrico concentrados.
C 6 H 6 + HNO 3 → C 6 H 5 NO 2 + H 2 O (na presença de H 2 SO 4)
Sulfonação
A sulfonação envolve a adição de um grupo ácido sulfônico (-SO3H) ao anel de benzeno, principalmente usando ácido sulfúrico fumegante (oleum) para fornecer o eletrófilo ativo trióxido de enxofre (SO3).
C 6 H 6 + SO 3 → C 6 H 5 SO 3 H (na presença de H 2 SO 4)
Alquilação de Friedel-Crafts
A alquilação de Friedel-Crafts envolve a substituição do hidrogênio no anel de benzeno por um grupo alquil usando um haleto de alquila e um catalisador ácido de Lewis como cloreto de alumínio (AlCl 3). Esta reação pode ser desafiadora devido à formação de uma reorganização de carbocátions.
C 6 H 6 + R-Cl → C 6 H 5 R + HCl (com AlCl 3 como catalisador)
Acilação de Friedel-Crafts
Envolve a adição de um grupo acila (-COR) ao benzeno, geralmente usando um cloreto de acila e um catalisador ácido de Lewis como AlCl 3. Esta reação evita o problema de reorganização de carbocátions e fornece cetonas como produtos.
C 6 H 6 + RCOCl → C 6 H 5 COR + HCl (com AlCl 3 como catalisador)
Fatores que afetam a substituição eletrofílica
Vários fatores podem afetar a taxa e a orientação das reações de substituição eletrofílica:
- Substituintes: Se o benzeno já possui alguns substituintes presentes, eles podem ativar ou desativar o anel para substituição adicional.
- Efeitos de orientação: Os substituintes também podem determinar a posição de novos substituintes que entram no anel, que podem ser orto, meta ou para direcionadores.
- Condições de reação: Temperatura, escolha do solvente e uso de catalisadores podem afetar significativamente o curso da reação.
Compreendendo grupos ativadores e desativadores
Um aspecto importante da substituição eletrofílica é como os substituintes já presentes no anel de benzeno afetam a reação. Grupos ativadores doam densidade eletrônica ao anel, tornando-o mais reativo aos eletrófilos. Exemplos incluem -OH, -OCH 3 e -NH 2. Em contraste, grupos desativadores retiram densidade eletrônica, tornando o anel menos reativo. Estes incluem -NO 2, -CHO e -COOH.
Geralmente, grupos ativadores são direcionadores orto/para, enquanto grupos desativadores são direcionadores meta, embora os halogênios sejam uma exceção, pois são desativadores, mas são direcionadores para/orto devido à sua capacidade de ressonância.
Conclusão
As reações de substituição eletrofílica do benzeno exemplificam a beleza da química orgânica, demonstrando como as propriedades de uma molécula como o benzeno podem orquestrar uma série de transformações que são fundamentais na preparação de muitos compostos aromáticos. Compreender essas reações requer um entendimento do equilíbrio entre sistemas aromáticos ricos em elétrons e eletrófilos em busca de elétrons, além de reconhecer o papel profundo de substituintes e condições na determinação do resultado da substituição eletrofílica. Estas reações continuam a ser importantes em ambientes industriais e de pesquisa, ressaltando a ressonância atemporal do benzeno no tecido da síntese orgânica.