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Síntese de proteínas
A síntese de proteínas é um processo biológico fundamental que permite que as células produzam proteínas, essenciais para muitas funções celulares. As proteínas atuam como as moléculas de trabalho dos organismos vivos, agindo como enzimas, componentes estruturais e moléculas de sinalização, entre outros papéis importantes. O processo de síntese de proteínas é altamente conservado entre as espécies, demonstrando sua importância na maquinaria molecular da vida. A síntese de proteínas é tradicionalmente dividida em duas etapas principais: transcrição e tradução. A seguir, exploraremos esses processos em detalhes, usando uma linguagem simples para transmitir efetivamente esse tópico complexo.
Transcrição: do DNA para o RNA
A transcrição é o primeiro passo na síntese de proteínas. Durante a transcrição, a informação em uma seção específica do DNA, conhecida como gene, é transcrita para formar uma molécula de RNA mensageiro (mRNA). Esse processo ocorre no núcleo da célula em eucariotos. O processo de transcrição envolve várias etapas, cada uma das quais é importante para fazer uma cópia precisa da informação do gene.
Transcrição: DNA → mRNA
Transcrição: DNA → mRNA
Iniciação
A transcrição começa com a iniciação. Nesta etapa, a RNA polimerase, a enzima responsável por ler o DNA e sintetizar o RNA, se liga ao DNA em uma região chamada promotor. O promotor é uma sequência específica de nucleotídeos que indica o início de um gene. Uma vez que a RNA polimerase se liga ao promotor, as fitas de DNA se desenrolam, permitindo que a enzima acesse nucleotídeos individuais do gene.
Elongação
Durante a extensão, a RNA polimerase lê a fita modelo de DNA na direção 3' a 5' e sintetiza uma fita de RNA complementar na direção 5' a 3'. Para cada nucleotídeo na fita modelo de DNA, um ribonucleotídeo correspondente é adicionado à cadeia de RNA em crescimento:
Cada base na fita de DNA tem um parceiro correspondente no RNA: a adenina (A) no DNA emparelha com o uracil (U) no RNA, a timina (T) no DNA emparelha com a adenina (A) no RNA, a citosina (C) no DNA emparelha com a guanina (G) no RNA, e a guanina (G) emparelha com a citosina (C).
Encerramento
A transcrição termina quando a RNA polimerase atinge uma sequência de terminação no DNA. Essa sequência faz com que a RNA polimerase se dissocie do DNA, deixando a recém-sintetizada fita de mRNA. Nos eucariotos, o mRNA também passa por modificações adicionais, como a adição de um 5' cap, cauda poli-A, e splicing de introns antes de sair do núcleo.
Tradução: do mRNA para a proteína
O segundo passo principal na síntese de proteínas é a tradução. A tradução é o processo pelo qual a informação carregada pelo mRNA é decodificada para produzir uma sequência específica de aminoácidos, formando uma proteína. Isso ocorre no citoplasma da célula, onde ribossomos, moléculas de tRNA e muitos outros fatores desempenham um papel.
Tradução: mRNA → Proteína
Tradução: mRNA → Proteína
Estrutura e função do ribossomo
Os ribossomos são máquinas moleculares que facilitam o processo de tradução. Eles consistem em duas subunidades: uma subunidade pequena que se liga ao mRNA e uma subunidade grande onde as ligações peptídicas são formadas entre aminoácidos.
Início da tradução
A tradução começa quando a subunidade pequena do ribossomo se liga ao mRNA próximo ao códon de início (geralmente AUG). O RNA transportador iniciador (tRNA), que carrega o primeiro aminoácido metionina (Met), emparelha com o códon de início.
Extensão da cadeia polipeptídica
Durante a elongação, as moléculas de tRNA levam aminoácidos ao ribossomo com base na sequência de códons do mRNA. Cada tRNA tem um anticódon que é complementar ao códon do mRNA. O ribossomo ajuda a alinhar os anticódons de tRNA com seus códons de mRNA correspondentes, garantindo a sequência correta de aminoácidos:
Cada códon de mRNA, uma sequência de três nucleotídeos, corresponde a um aminoácido específico. Por exemplo, o AUG codifica para a metionina, o CGA codifica para a arginina, e o UUC codifica para a fenilalanina. Desta forma, o ribossomo se move ao longo do mRNA, sintetizando a cadeia polipeptídica.
Formação da ligação peptídica
À medida que as moléculas de tRNA se alinham com o mRNA, o ribossomo catalisa a formação de ligações peptídicas entre aminoácidos sequenciais:
H2N-CH(R)-COOH + H2N-CH(R')-COOH → H2N-CH(R)-CONH-CH(R')-COOH
H2N-CH(R)-COOH + H2N-CH(R')-COOH → H2N-CH(R)-CONH-CH(R')-COOH
Cada novo aminoácido adicionado se liga à cadeia polipeptídica em crescimento, formando uma ligação peptídica entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amino do próximo.
Encerramento da tradução
A tradução termina quando o ribossomo atinge um códon de parada (UAA, UAG ou UGA) no mRNA. Esses códons não correspondem a nenhum aminoácido. Em vez disso, sinalizam a liberação da cadeia polipeptídica completa do ribossomo. As subunidades ribossômicas então se dissociam e podem ser usadas novamente em uma nova rodada de síntese proteica.
Modificação pós-tradução
Uma vez que uma proteína é sintetizada, ela pode passar por várias modificações pós-traducionais que são importantes para sua função final. Estas modificações podem incluir fosforilação, glicosilação, metilação e clivagem de certos segmentos. Estas alterações são necessárias para que a proteína assuma sua estrutura tridimensional funcional e atividade.
Conclusão
A síntese de proteínas é um processo vital que garante que a informação genética armazenada no DNA seja expressa como proteínas funcionais. Através das etapas de transcrição e tradução, as células podem sintetizar as proteínas necessárias para o crescimento, reparo e manutenção da vida. Compreender cada componente e etapa fornece insights sobre as maravilhas e complexidades da biologia molecular.