Pós-graduação → Química orgânica → Química dos polímeros ↓
Mecanismo de Polimerização
A polimerização é um processo químico que liga pequenas moléculas, conhecidas como monómeros, em uma cadeia ou rede covalentemente ligada. A macromolécula resultante é chamada de polímero. Compreender a polimerização é importante na química orgânica, pois os polímeros desempenham papéis importantes em uma variedade de indústrias, desde plásticos até produtos farmacêuticos.
Polimerização por adição
A polimerização por adição, também conhecida como polimerização por crescimento em cadeia, envolve a adição sequencial de unidades de monómero a uma cadeia em crescimento. Este tipo de polimerização avança por diferentes mecanismos, como polimerização radicalar, catiónica ou aniónica, dependendo da natureza do iniciador utilizado.
Polimerização radicalar
A polimerização radicalar é um dos tipos mais comuns de polimerização por adição. Ela utiliza radicais livres para iniciar uma reação em cadeia. Este mecanismo envolve três etapas principais: iniciação, propagação e terminação.
Iniciação
começa com a formação de radicais livres a partir das espécies iniciadoras. Por exemplo, o peróxido de benzoíla pode decompor-se para formar dois radicais benzoíla:
(C6H5CO)2O2 → 2C6H5CO•
Uma vez gerados, esses radicais livres reagem com unidades de monómero para formar radicais de carbono reativos. Por exemplo, se o estireno é o monómero:
C6H5CO• + CH2=CHC6H5 → C6H5CO-CH2-CH•C6H5
Propagação
Na fase de propagação, o radical formado reage com outro monómero, juntando-se à cadeia e finalmente formando um novo radical:
C6H5CO-CH2-CH•C6H5 + CH2=CHC6H5 → C6H5CO-CH2-CH(CH2-CH•C6H5)C6H5
Terminação
A terminação ocorre quando as duas extremidades da cadeia parental se unem, encerrando efetivamente o crescimento da cadeia. Várias combinações podem ocorrer, incluindo desproporcionamento e combinação:
Combinação: C6H5CO-CH2-CH•C6H5 + C6H5CO-CH2-CH•C6H5 → C6H5CO-CH2-CH(CH2-CHC6H5)-CH2-CHC6H5
Aqui está um exemplo visual simples:
Polimerização catiônica
A polimerização catiônica envolve iniciadores eletrofílicos para formar polímeros a partir de monómeros. Os monómeros mais comumente usados incluem o isobutileno e o estireno. Este tipo também possui três etapas principais: iniciação, propagação e terminação.
Iniciação
Na polimerização catiônica, um ácido forte doa um próton ao monómero, formando um carbocátion:
H+ + CH2=CHC6H5 → CH3-CH+CH2-C6H5
Propagação
O carbocátion conecta-se à dupla ligação dos monómeros subsequentes:
CH3-CH+CH2-C6H5 + CH2=CHC6H5 → CH3-CH(CH2-CH+CH2-C6H5)-CH2-C6H5
Terminação
A terminação pode ocorrer por combinação com ânions ou através de rearranjo interno:
CH3-CH+CH2-C6H5 + X- → CH3-CHXCH2-C6H5
Polimerização aniónica
A polimerização aniónica é caracterizada pelo uso de um nucleófilo como iniciador. É particularmente eficaz com monómeros com grupos de retirada de elétrons, como o estireno. Este método também segue as etapas de iniciação, propagação e terminação.
Iniciação
Na polimerização aniónica, um nucleófilo, como um composto de organolítio, inicia o processo:
C4H9Li + CH2=CHC6H5 → C4H9-CH2-CH-LiC6H5
Propagação
O ânion se conecta à dupla ligação do próximo monómero, continuando o crescimento da cadeia:
C4H9-CH2-CH-LiC6H5 + CH2=CHC6H5 → C4H9-CH2-CH(CH2-CH-LiC6H5)-CH2-C6H5
Terminação
A polimerização aniónica pode ser controlada para minimizar eventos de terminação, resultando frequentemente em polímeros "vivos" que continuam a crescer até ocorrer uma etapa de terminação, como a protonação.
C4H9-CH2-CH-LiC6H5 + CH3OH → C4H9-CH2-CH(OH)-CH2-C6H5
Polimerização por condensação
A polimerização por condensação, também chamada de polimerização por crescimento em etapas, envolve a ligação de unidades de monómero através de uma reação que normalmente libera uma pequena molécula, como água ou metanol. Essas reações geralmente envolvem monómeros bifuncionais ou trifuncionais.
Construção de poliéster
Um exemplo clássico de polimerização por condensação é a produção de poliéster. A reação de um diol com um diácido geralmente forma um poliéster e água:
HO-R-OH + HOOC-R'-COOH → H[ORO-OC-R'-COO]nH + (n-1)H2O
Construção de poliamida
Poliamidas, como o náilon, são outro exemplo. Elas são formadas através da reação entre uma diamina e um diácido:
H2N-R-NH2 + HOOC-R'-COOH → [NH-R-NHC(O)R'-C(O)]n + (n-1)H2O
Este processo pode ser resumido em uma sequência visual:
Polimerização por abertura de anel
A polimerização por abertura de anel envolve a abertura de monómeros cíclicos para formar polímeros lineares. Pode ser considerada uma forma de polimerização por crescimento em cadeia, especialmente quando iniciada por radicais ou espécies iônicas.
Exemplos de polimerização por abertura de anel
Um exemplo típico envolve a polimerização do óxido de etileno para formar polietileno glicol:
CH2CH2O (cíclico) → (-CH2CH2O-)n (linear)
Mecanismo
Este mecanismo é iniciado pela quebra dos anéis sob condições específicas, permitindo que a cadeia cresça à medida que cada anel se abre e se conecta ao final da cadeia.
Copolímeros
Os copolímeros são polímeros derivados de duas ou mais espécies de monómeros diferentes. Exemplos incluem a borracha de estireno-butadieno, que se beneficia das propriedades de ambos os compostos.
Tipos de copolímeros
- Copolímero aleatório: Os monómeros são organizados em ordem aleatória.
- Copolímero em bloco: Grandes blocos de cada tipo de monómero são ligados entre si.
- Copolímeros alternados: Os monómeros alternam-se em sequência.
- Copolímero enxertado: Uma cadeia principal de um tipo de monómero é enxertada na cadeia principal de outro tipo.
Por exemplo, um copolímero em bloco:
(AAABBB)n
Uma representação simples de um copolímero em bloco:
Resumo
A polimerização é um processo chave na química orgânica, essencial para a produção de muitos materiais. Compreender os diferentes mecanismos ajuda a projetar polímeros personalizados para aplicações específicas. Diferentes tipos de polímeros, como homopolímeros e copolímeros, permitem a personalização das propriedades dos materiais, o que tem implicações profundas em várias indústrias.