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GraduaçãoQuímica orgânicaEspectroscopia e análise estrutural


Espectrometria de Massas


A espectrometria de massas é uma técnica analítica poderosa usada para determinar a massa de partículas, a composição de uma amostra e a estrutura de moléculas. É amplamente utilizada na química orgânica para análise estrutural e para obter insights sobre a estrutura molecular de compostos orgânicos. Esta técnica é útil para identificar as características químicas de substâncias desconhecidas e, quando combinada com outras técnicas, fornece detalhes abrangentes sobre os grupos moleculares e funcionais presentes no composto.

Fundamentos da espectrometria de massas

Em resumo, a espectrometria de massas mede a relação massa-carga (m/z) de íons. Um espectrômetro de massas ioniza compostos químicos para produzir moléculas carregadas ou fragmentos de moléculas e mede esses íons para determinar suas relações massa-carga. Os principais componentes de um espectrômetro de massas incluem:

  1. Fonte de ionização: Converte moléculas da amostra em íons. Métodos comuns incluem impacto eletrônico (EI), ionização química (CI) e ionização por dessorção a laser assistida por matriz (MALDI).
  2. Analisador de massas: separa os íons com base em sua razão m/z. Os tipos incluem tempo de voo (TOF), quadrupolo e analisadores de setor magnético.
  3. Detector: registra os íons e fornece um sinal, que é processado para produzir um espectro de massas.
Fonte de Íons Analisador de Massas Detectores

Técnica de ionização

Escolher a técnica de ionização correta é essencial porque afeta a eficiência de ionização da amostra e o espectro de massas resultante. Três métodos principais de ionização são utilizados na química orgânica:

Ionização por impacto eletrônico (EI)

Em EI, um feixe de elétrons de alta energia é direcionado para a amostra, expulsando um elétron da molécula da amostra, resultando na formação de um íon positivo ((M^+)). Este processo muitas vezes resulta em alta fragmentação, o que pode ser útil para elucidação estrutural.

EI: M + e⁻ → M⁺ + 2e⁻

Ionização química (CI)

CI usa um gás reagente (como metano, isobutano ou amônia) que é primeiro ionizado, e os íons resultantes reagem com as moléculas da amostra para ionizá-las. CI é mais suave que EI, causando menos fragmentação.

CI: MH⁺ + CH₄⁺ → M⁺ + CH₃ + H₂

Ionização por dessorção a laser assistida por matriz (MALDI)

MALDI envolve incorporar a amostra em uma matriz que absorve energia de laser, estimulando assim a ionização. Esta técnica é extremamente útil no estudo de grandes biomoléculas e polímeros.

Analisador de massas

O analisador de massas classifica os íons produzidos na fonte de ionização de acordo com sua razão massa-carga. Existem vários tipos de analisadores de massas:

Analisador de tempo de voo (TOF)

Em um analisador TOF, os íons são acelerados através de uma diferença de potencial, e o seu tempo de voo até o detector é medido. Íons com diferentes razões m/z terão diferentes velocidades, o que ajuda a distinguir entre os íons.

Relação:

KE = 1/2 * mv² = z * V

Analisador de quadrupolo

Estes utilizam campos elétricos oscilantes para permitir trajetórias estáveis para valores específicos de m/z. Os analisadores de quadrupolo são comumente usados devido à sua precisão e capacidade de escanear rapidamente uma ampla faixa de massas.

Analisador de campo magnético

Estes analisadores usam campos magnéticos para dobrar o caminho dos íons. O raio de curvatura do caminho do íon depende de sua massa e carga, tornando a separação possível.

Compreensão dos espectros de massas

Um espectro de massas é um gráfico que representa íons por sua relação massa-carga no eixo x e sua abundância relativa no eixo y. Picos no espectro indicam a presença de íons com valores específicos de m/z.

Aqui está um exemplo básico de um espectro de massas simples de metano (CH₄):

CH₄⁺ C⁺ CH₂⁺ m/z intensidade relativa

O pico mais alto, chamado pico base, representa o íon mais abundante. O pico do íon molecular (ou pico principal) representa a molécula intacta, o que ajuda a identificar o peso molecular do composto.

Interpretação dos espectros de massas

O processo de interpretação dos espectros de massas envolve a análise de padrões de fragmentação para inferir a estrutura da molécula parental. Padrões de fragmentação podem fornecer pistas valiosas sobre grupos funcionais e arranjos de ligações dentro da molécula. Aqui está uma descrição de estratégias comuns de interpretação:

Usando picos de fragmentos

No espectro de massas, além do pico do íon molecular, geralmente são observados vários picos menores. Estes correspondem a íons fragmentados e podem ajudar a prever a estrutura, sugerindo a forma como a molécula foi fragmentada.

Análise de padrões isotópicos

A distribuição isotópica de elementos como cloro e bromo oferece padrões distintos. O cloro, com seus isótopos ^{35}Cl e ^{37}Cl, muitas vezes mostra uma razão 3:1, enquanto o bromo mostra uma razão 1:1 devido a ^{79}Br e ^{81}Br.

Aplicações na química orgânica

A importância da espectrometria de massas na química orgânica não pode ser subestimada. É vital para identificar compostos desconhecidos, confirmar compostos sintetizados e estudar biomoléculas complexas. Principais aplicações incluem:

Explicação da estrutura

Ao analisar padrões de fragmentação, químicos orgânicos podem detectar conectividade e grupos funcionais dentro da molécula. Este processo é complementar à ressonância magnética nuclear (RMN) e espectroscopia de infravermelho (IR), que fornecem uma análise mais completa.

Determinação do peso molecular

O pico do íon molecular no espectro de massas fornece o peso molecular do composto. Encontrar este pico corretamente é essencial para confirmar que o composto correto foi sintetizado ou isolado.

Estudos proteômicos e metabolômicos

Na biologia, a espectrometria de massas interage com uma variedade de métodos experimentais para estudar proteínas e metabólitos, ajudando a entender vias biológicas, mecanismos de doenças e descoberta de biomarcadores.

Conclusão

A espectrometria de massas, com sua ampla gama de técnicas e capacidades, continua a ser um dos métodos instrumentais mais importantes na química orgânica. Sua capacidade de fornecer informações moleculares detalhadas transformou e avançou o campo, dando aos químicos a capacidade de identificar e caracterizar inequivocamente espécies químicas. A integração da técnica com estudos biológicos ainda aumenta sua utilidade, solidificando seu papel como uma ferramenta versátil e indispensável em aplicações científicas modernas.


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