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GraduaçãoQuímica orgânica


Reações de eliminação


Uma reação de eliminação é um tipo de reação orgânica na qual dois átomos ou grupos são removidos de uma molécula, formando uma nova ligação múltipla ou sistema de anel. Esse processo geralmente resulta na formação de um alceno ou alcino a partir de um haleto de alquila ou álcool. As reações de eliminação são fundamentais para a química orgânica e são classificadas em diferentes tipos, como mecanismos E1, E2 e E1cB. Neste documento, exploraremos esses mecanismos, seus princípios subjacentes e proporcionaremos exemplos visuais e textuais para aumentar a compreensão.

Tipos de reações de eliminação

As reações de eliminação podem ser classificadas principalmente nos seguintes tipos com base no seu mecanismo:

  • E1 (eliminação monomolecular)
  • E2 (eliminação bimolecular)
  • E1cB (eliminação unimolecular de base conjugada)

Mecanismo E1

O mecanismo E1 é um processo de duas etapas em que a eliminação ocorre via formação de um intermediário carbocátion. As etapas são as seguintes:

  1. Formação de um carbocátion pela saída de um grupo de saída.
  2. Formação de uma ligação dupla pela remoção de um próton (H+), geralmente com a ajuda de uma base.

Características específicas:

  • Ocorre com substratos que podem formar carbocações estáveis (por exemplo, haloalcanos terciários).
  • É favorecido sobre solventes próticos polares que podem estabilizar o carbocátion.
  • A taxa da reação depende da concentração do substrato.

Exemplo de reação E1:

Considere a desidratação do álcool terc-butil para formar isobutileno:

        (CH₃)₃C-OH → (CH₃)₂C=CH₂ + H₂O
    
(CH₃)₃C-OH (CH₃)₂C=CH₂ + H₂O

Mecanismo E2

O mecanismo E2 é uma reação coordenada de uma única etapa em que o próton é removido e o grupo de saída também é removido simultaneamente. Este mecanismo é caracterizado por:

  • Ocorre com bases fortes que podem rapidamente doar ou absorver prótons.
  • Geralmente envolve haloalcanos primários ou secundários.
  • A taxa da reação depende tanto do substrato quanto da base.

Características específicas:

  • É necessário um bom grupo de saída (haleto como Cl-, Br-, I-).
  • Ocorre em uma geometria antipreclina para sobreposição orbital ideal.

Exemplo de reação E2:

Considere a desidro-halogenação de 2-bromo-2-metilpropano usando uma base forte como o tert-butóxido de potássio:

        (CH₃)₃CBr + KOtBu → (CH₃)₂C=CH₂ + KBr + tBuOH
    
(CH₃)₃CBr + KOtBu (CH₃)₂C=CH₂ + KBr + tBuOH

Mecanismo E1cB

O mecanismo E1cB envolve um intermediário carbanion. É um processo de duas etapas onde:

  1. Uma base absorve um próton para formar um carbanion.
  2. O resíduo do carbenium então expulsa o grupo para formar um alceno.

Características específicas:

  • Ocorre quando o grupo a ser deixado é ruim (não é um haleto), como um hidróxido.
  • Frequentemente visto em compostos contendo grupos que atraem elétrons, como carbonila.
  • A taxa da reação é afetada pela estabilidade do carbanion.

Exemplo de uma reação E1cB:

Considere a eliminação induzida por base de compostos carbonil beta-hidroxi:

        R-CH(OH)-CH₂-COR' → R-CH=CH-COR' + H₂O
    
R-CH(OH)-CH₂-COR' R-CH=CH-COR' + H₂O

Fatores que afetam as reações de eliminação

Vários fatores podem afetar a ordem e o resultado das reações de eliminação:

1. Estrutura do substrato

A tendência de se submeter a reações E1 versus E2 depende em grande parte da estrutura do substrato:

  • Substratos terciários favorecem o mecanismo E1 devido à formação mais fácil de carbocátion.
  • Substratos primários favorecem o mecanismo E2 porque o carbocátion seria desestabilizado.
  • Hindrance estática favorece a eliminação sobre a substituição.

2. Potência da base

As reações de eliminação são fortemente afetadas pela força e natureza da base:

  • Bases fortes promovem o mecanismo E2, acelerando o processo coordenado de uma etapa.
  • Bases fracas podem favorecer o E1, pois favorecerão a formação de carbocátion.

3. Saída do grupo

Bons grupos de saída facilitam ambos os mecanismos E1 e E2 porque saem facilmente, permitindo que o estado de transição seja atingido:

  • Haletos como brometo e cloreto são excelentes grupos residuais.
  • Pobres grupos de saída atrasam a reação e podem alterar o mecanismo de maneira imprevisível.

4. Efeito do solvente

O tipo de solvente pode estabilizar intermediários ou estados de transição, favorecendo um mecanismo sobre outro:

  • Solventes próticos polares favorecem o E1 ao estabilizar o carbocátion.
  • Solventes apróticos preferem o E2, pois não estabilizam o intermediário, mas ajudam a tornar a base solúvel.

Aplicações das reações de eliminação

As reações de eliminação desempenham um papel importante na síntese orgânica, ajudando os químicos a criarem moléculas insaturadas que servem como intermediários-chave e produtos finais:

  • Síntese de alcenos e alcinos, que são importantes na construção de estruturas moleculares mais complexas.
  • Facilitação de reações em aplicações farmacêuticas, de polímeros e ciência de materiais.
  • Compreender essas reações ajuda a projetar rotas seletivas para construir moléculas complexas.

Considerações finais

As reações de eliminação são versáteis, formando a espinha dorsal dos mecanismos de reação orgânica. Ao mudar fatores como a estrutura do substrato, força da base ou condições de reação, os químicos podem manipular essas reações para obter os resultados desejados. Seja criando polímeros de importância industrial ou possibilitando a síntese de fármacos complexos, compreender as reações de eliminação permite que químicos realizem essas transformações com precisão e criatividade.


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