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GraduaçãoQuímica GeralEstrutura Atômica


Modelo Atômico


O conceito de átomo é central para o estudo da química. Ao longo do tempo, vários modelos atômicos foram propostos para explicar a estrutura dos átomos. O modelo atômico descreve como as partículas subatômicas (prótons, nêutrons e elétrons) estão organizadas e interagem dentro de um átomo. Neste artigo, exploraremos os vários modelos atômicos desenvolvidos ao longo da história e seu significado para a compreensão da natureza da matéria.

Da filosofia antiga à ciência inicial

Antes que métodos científicos avançados fossem desenvolvidos, a ideia do átomo começou como especulação filosófica antiga. A palavra "átomo" vem do grego "indivisível". Filósofos gregos antigos como Demócrito e Leucipo especularam que toda a matéria era composta de partículas minúsculas e indivisíveis. No entanto, suas ideias não eram baseadas em evidências experimentais e eram puramente filosóficas.

Teoria atômica de Dalton

No início do século 19, John Dalton, um químico inglês, desenvolveu a primeira teoria científica atômica. De acordo com a teoria de Dalton:

  1. Toda a matéria é composta de átomos, que são partículas indivisíveis e indestrutíveis.
  2. Todos os átomos de um determinado elemento são semelhantes em massa e propriedades.
  3. Compostos são formados pela combinação de dois ou mais tipos diferentes de átomos.
  4. Uma reação química é uma rearranjo de átomos.

Modelo do pudim de ameixa de Thomson

Em 1897, J.J. Thomson descobriu o elétron, uma partícula carregada negativamente encontrada nos átomos. Essa descoberta resultou na proposta do "modelo do pudim de ameixa". Neste modelo, o átomo é visto como uma esfera carregada positivamente, com os elétrons negativamente carregados contidos nela como passas em um pudim ou ameixas em uma torta.

O modelo de Thomson foi importante porque foi o primeiro a incorporar a existência de partículas subatômicas, mas não descreveu com precisão como essas partículas estavam organizadas dentro do átomo.

Modelo atômico de Rutherford

Ernest Rutherford descobriu em 1909 que o átomo continha um núcleo pequeno, compacto e carregado positivamente por meio de seu famoso experimento de folha de ouro. Neste experimento, partículas alfa foram passadas por uma fina folha de ouro. A maioria das partículas passou, mas algumas se espalharam, mostrando que uma pequena porção do átomo era carregada positivamente e continha a maior parte da massa do átomo.

O modelo atômico sugeriu que:

  • A maior parte do átomo é espaço vazio.
  • O núcleo, que contém prótons e nêutrons, está no centro do átomo.
  • Os elétrons orbitam o núcleo como planetas ao redor do sol.

Embora este modelo explicasse a existência do núcleo, deixou perguntas sem resposta sobre o comportamento dos elétrons e sua estabilidade em suas órbitas.

Modelo de Bohr

Niels Bohr melhorou o modelo de Rutherford introduzindo o conceito de órbitas eletrônicas quantizadas. Em 1913, Bohr propôs que os elétrons orbitam ao redor do núcleo a distâncias fixas, chamadas de níveis de energia ou camadas, e que cada elétron em um átomo está em um nível de energia específico.

Os principais princípios do modelo de Bohr incluem:

  • Os elétrons giram ao redor do núcleo a uma distância fixa sem emitir energia.
  • Os elétrons podem saltar entre orbitais absorvendo ou emitindo energia na forma de luz.
  • Os níveis de energia são quantizados, ou seja, apenas níveis de energia específicos são permitidos.

Embora o modelo de Bohr tenha sido bem-sucedido em explicar o espectro do átomo de hidrogênio, ele não conseguiu prever com precisão os espectros de átomos mais complexos.

Modelo mecânico quântico

À medida que os pesquisadores se aprofundaram nos mistérios da estrutura atômica, desenvolveram um modelo mais complexo e preciso. O modelo mecânico quântico, frequentemente associado a Erwin Schrödinger e Werner Heisenberg, fornece uma compreensão mais sofisticada do comportamento dos elétrons.

O modelo mecânico quântico difere do modelo de Bohr porque não define caminhos exatos para os elétrons. Em vez disso, usa distribuições de probabilidade para descrever onde os elétrons provavelmente serão encontrados, conhecidos como orbitais. Este modelo é baseado em descrições matemáticas poderosas do comportamento atômico.

As características do modelo mecânico quântico incluem:

  • Os elétrons encontram-se em orbitais, regiões de probabilidade, em vez de em caminhos fixos.
  • Esses orbitais são definidos por números quânticos, que descrevem o tamanho, a forma e a orientação das regiões onde os elétrons provavelmente serão encontrados.
  • Os elétrons têm dualidade onda-partícula, ou seja, apresentam propriedades de partículas e de ondas.

O modelo mecânico quântico é apoiado pela equação de onda de Schrödinger:

HΨ = EΨ

onde H é o operador de Hamilton, Ψ é a função de onda e E é a energia do sistema.

Compreensão atual e aplicações

Hoje, o modelo mecânico quântico é a principal estrutura utilizada pelos cientistas para compreender a química atômica e molecular. Ele fornece a base para a química quântica e ajuda a explicar o comportamento dos átomos em reações químicas, ligações químicas e as propriedades das substâncias.

Este modelo vai além de apenas explicar os átomos; ele prevê a estrutura e as propriedades das moléculas. Um entendimento da teoria do orbital molecular, derivada da mecânica quântica, permite que os químicos prevejam padrões de ligação e reatividade de moléculas em várias reações químicas.

Conclusão

A evolução dos modelos atômicos ao longo da história destaca o desenvolvimento do pensamento científico e da tecnologia. Desde a filosofia antiga de partículas indivisíveis até o moderno modelo mecânico quântico, cada etapa contribuiu para nossa compreensão abrangente da estrutura e das propriedades atômicas. Os modelos atômicos continuam sendo uma ferramenta vital no avanço da pesquisa química, que, por sua vez, impulsiona mais descobertas nas ciências físicas e biológicas.


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